Quem sou eu

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Nasci em São Paulo, moro em Campinas - SP, desde 1974. Casado, dois filhos e um cachorro, professor na Unesp (ora aposentado), pacato cidadão, punk nas poucas horas vagas. Tenho umas coisas escritas circulando por aí, todas muito sérias. Edno Gervásio Jr - personagem misterioso, heterônimo anagramático, o mais inteligente e modesto da turma.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Tem jeito

Se no âmbito nacional a coisa está uma sofrência, em alguns espaços ainda sobrevive o bom senso. Nem todos são enganados e nem todos se enganam todo o tempo. Um dia o bilontra "ishperrto", grandalhão de cabelos brancos perceberá que só consegue ganhar quando não tem mais nem quem queira os dejetos finais da digestão. Lamento pelos iludidos e pelos seus acólitos.
Os iludidos vão de boa fé.
Os acólitos sabem de sua própria incompetência e ficam na moita.
O bilontra é o mais perigoso, pois é um destruidor - não sabe que é ignorante e incompetente. Levanta o nariz e fala platitudes acacianas. E se arroga o grande líder de ninguém.
Parodiando Fernando Pessoa, "o bilontra  é um fingidor. Finge tão completamente que pensa que é inteligente a bobagem que tem na mente".

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Marxismo darwinista

Edno Gervásio Jr
Atribui-se a Tom Jobim a frase "o Brasil não é para principiantes". Quem olha um pouco além da viseira opaca da mídia - a do balcão de secos e molhados* e dos negócios clandestinos - identifica, com escusas à redundância, particularidades únicas. Uma delas é a criação do marxismo darwinista: aqui, a contradição entre capital e trabalho se resolve através da involução da espécie e da vitória dos menos aptos à sobrevivência, que o fazem destruindo tudo o que pode garantir a permanência da espécie. De pé, ó vítimas das políticas sociais, derrubem as amarras dos custos da justiça social e dos monopólios da exploração do pouco que vale o solo! Exaltem os grotescos acompanhantes do ofídico golpista, e cantem os fortes e opressores! Admirem a bela, recatada e Dólar, brega como as nova-ricas e os mauricinhos reacionários. Aqui, o relógio anda para trás, e a história também (apesar do Oswald de Andrade ter descrito o oposto). Luta de classes, nesse território dominado, agora é entre os ultra-conservadores e os fascistas. A esquerda, darwinisticamente, degenerou e foi engolida pela involução pré-colonial, pelas sinecuras da concepção leninista  de partido e pelo conformismo confortável da contramarcha da História. O que vou dizer para os meus netos?

* Millôr Fernandes, num momento inspirado, escreveu que imprensa é oposição, o resto é balcão de secos e molhados.

Não é um Haikai - Aí, caí e logo levantei, volume II

As constelações
São perdigotos
Da criação

Não é um Haikai - Aí, caí e logo levantei

Vejo as estrelas
A poeira cósmica
Me faz espirrar.